sexta-feira, 8 de março de 2013

Admite-se um progressista para Igreja de Pedro com experiência!




O título parece um anúncio de vaga de emprego, e na verdade, é. Há exatamente uma semana após a saída do papa emérito Bento 16 da liderança da Igreja Católica, as reuniões preparatórias para o Conclave estão em decorrência desde a última segunda-feira. Esses encontros entre os cardeais têm como objetivo discutir assuntos e analisar propostas para levar ao novo Pontificado. Os temas discutidos são absolutamente secretos, ou deveriam ser. Todos nós sabemos que o poder da Igreja Romana está abalado devido às acusações e escândalos viventes já alguns anos. Pedofilia, homossexualismo, corrupção e chantagem agregam o câncer da instituição e são eles que estão fixados no dossiê, entregue ao papa Bento 16 em dezembro do ano passado. Aliás, este documento pode ser um dos motivos pela renuncia do papa emérito, que alegou desgaste e idade avançada.


O conclave reunirá 115 cardeais, dentre os elegíveis existem “conservadores”, de “centro” e “progressistas”. Mas será mesmo que existam “progressistas” na cúpula da Igreja? Após anos de longos papados, nada se fez para abrir às portas a modernidade. Ameaçada por escândalos e por o desenvolvimento do mundo moderno, acredito que a chegada de mais um pontificado conservador poderia findar a era do catolicismo. Não é difícil prever isso, pois os números de fiéis católicos veem caindo com frequência e perdendo forças para o protestantismo e por incrível que pareça, o ateísmo – que cresce de maneira nunca vista antes. Causas disso são assuntos que são tratados pela Igreja como indiscutíveis.



É extremamente absurdo um tema como a proibição do uso do preservativo. No ano passado levantamento indicou 1,7 milhão de casos de doenças pelo vírus da Aids, claro que este número indicou uma queda de 5,6% ao contrário do ano de 2010. Porém temos uma doença que mata milhares de pessoas há mais de 30 anos, e só esta semana tivemos uma notícia de quem é bem provável que um bebê infectado pela mãe foi curado. Oras, temos um caso remoto em meio a milhares. Porque ainda proibir o uso de um produto que ajudaria a diminuir o risco? Para ter ideia alguns padres em suas paroquias incitavam o uso da camisinha, na África, padres e freiras em missões, distribuem o preservativo como forma de atenuar o caso da doença que é alarmante em países africanos.

Existem milhares de outros temas como o aborto, o casamento gay e tantos outros. Em uma sociedade do século XVI atitudes religiosas do século XV, assustam e abalam a credibilidade de uma instituição. Alguns dizem que a abertura do celibato poderia, possivelmente, diminuir os casos de pedofilia dentro da Igreja, mas são esses os assuntos que são calados e reprimidos dentro das paredes da Santa Sé. Já está mais do que na hora de um progressista assumir o trono de Pedro. O Conclave ainda não tem data de inicio, por enquanto estamos no período da Sé Vancante (período que o lugar de maior poder na Igreja fica vazio), e nesses períodos assuntos como estes veem a tona. Muito se discute na possível escolha de um papa latino-americano ou negro. Com dois africanos, um americano e uns brasileiros na lista dos mais cotados, há expectativa de que esteja chegando o momento de a Igreja Católica Romana eleger seu primeiro líder de fora da Europa. A América Latina que hoje representa 42%da população católica mundial de 1,2 bilhão é forte candidata a eleger o próximo líder. Peter Turkson, cardeal de Gana e o brasileiro arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer são nomes bem cotados. Mesmo Dom Odilo tendo uma personalidade forte e um nome diferencial para a liderança, sua linha é conservadora e hostil à teologia da Libertação, assim como seus predecessores. Dizeres de um jornal italiano.
Dom Odilo Scherer 
Outro brasileiro, o Cardeal Braz de Aviz - Aos 65 anos, o progressista arcebispo emérito de Brasília não só ultrapassou distâncias geográficas ou sociais, mas também outros obstáculos mais complexos quando realizava um intenso trabalho pastoral nas favelas brasileiras, o país que tem o maior número de católicos no mundo.  Membro do movimento dos Focolares, formado em teologia em Roma, não seguiu os caminhos da Teologia da Libertação, apesar de reconhecer sua influência na Igreja Católica.

Nomes cotados, especulações a parte, o próximo bipo de Roma (papa) terá pela frente um imenso e árduo caminho: Tomar atitudes sobre as denuncias secretas de um dossiê de mais de dois volumes com 300 páginas cada, e um mundo onde o catolicismo de vê em risco.

Por: Renato Cavalcante

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